13ª edição da Corrida Largue o Cigarro Correndo acontece domingo (21) e tem exemplo de quem conseguiu para de fumar
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde em maio indicam que em 2024 o Brasil registrou o primeiro aumento na proporção de fumantes adultos desde 2007. A pesquisa, realizada nas capitais e no Distrito Federal, aponta que o percentual de adultos que fumam subiu de 9,3% para 11,6%, um crescimento que interrompe uma tendência de queda que durava quase duas décadas. O aumento entre as mulheres foi de 7,2% para 9,8%, já entre os homens passou de 11,7% para 13,8%.
Para chamar atenção da comunidade e ressaltar a importância de parar de fumar, a Sociedade Goiana de Pneumologia e Tisiologia (SGPT) realiza em Goiânia a Corrida Largue o Cigarro Correndo. A 13ª edição da prova de rua acontece no próximo domingo (21), com largada às 6h30 do Órion Business & Health Complex, no Setor Marista. Os percursos disponíveis são de 5km (pessoas com idade a partir de 14 anos) e 10 km (pessoas com idade a partir de 16 anos).
O estudante de psicologia Daniel Sousa, de 23 anos, é um dos exemplos de que a Corrida Largue o Cigarro Correndo está colhendo frutos. Ele começou a fumar em 2015 e após fazer a prova de 2023 abandonou o vício. “Começou com aquela brincadeira boba de adolescente, mas que virou uma prisão pra mim. Eu fumei por muito tempo de cigarro convencional, depois fui pro cigarro de palha, fumei muito tempo ele, e depois eu fui pra esse vape, o pod”, conta ele sobre a trajetória de fumante. “Eu tive muito problema com os três e acredito que quem já passou por isso sabe, o cigarro, na mesma medida que te parece um refúgio, também te traz uma sentença”, completa.
Apesar de ter escondido o fato de ser fumante dos avós que o criaram, e a quem chama de pais, foi a vivência pessoal que o motivou a deixar o vício. “Acredito que é justamente por isso que essa corrida é tão simbólica para mim. Eu corro não só pela lembrança que eu tenho do meu pai, que morreu de câncer pelo cigarro, mas também porque eu adquiri como missão de vida ser o exemplo para os meus irmãos mais novos. Foi justamente em 2023, que eu decidi mudar isso e foi na Largue o Cigarro Correndo que eu decidi fazer a minha primeira corrida de 5km e nela eu percebi que realmente eu precisava mudar”, afirma.
O processo
Daniel Sousa salienta a importância de buscar o auxílio para o processo de abandonar o vício. “Principalmente no que se refere a profissionais da saúde mental, às vezes vinha pensamentos de que não é para mim, que não era para parar, mas com muita paciência já estou há mais de um ano sem fumar. Dar o primeiro passo foi extremamente fundamental, depois eu caí inúmeras vezes, mas ainda assim permaneci firme nesse propósito de parar de fumar, de parar de beber também, de ter uma vida mais saudável, mais ativa por mim e pelas pessoas que eu amo”, destaca. “Se eu pudesse dar esse conselho para o Daniel de sete, oito anos atrás, é justamente esse, dê o primeiro passo e continue”, pontua.
O pneumologista Marcelo Rabahi, que atende no centro clínico do Órion Complex, ressalta a importância dos exercícios para se abandonar o vício. “Muitas vezes, dentro das estratégias que utilizamos para orientar os pacientes a parar de fumar, está a iniciativa de que ele comece uma atividade física. Muitos profissionais de saúde participam dessa corrida, que serve também como conscientização para que eles possam orientar os seus pacientes, os familiares, os amigos, todos eles tenham alcance”.
De acordo com o especialista, a Corrida Largue o Cigarro Correndo já está consolidada na cidade. “As pessoas entendem que a corrida é um aliado à saúde, e isso faz com que ela tenha esse caráter não só meramente esportivo, mas também de conscientização. Elas entendem que podem trocar um vício por uma virtude. A corrida visa uma conscientização da população, leva um alerta sobre os malefícios do cigarro”, pontua o médico.
